8 de janeiro de 2010

Superstição e Livros


A astrologia, a homeopatia, as conspirações de ovnis e a bruxaria no geral são por todos classificadas como imbecilidades, provas de que a humanidade ainda tem muitas coisas que corrigir. Quando se aborda o assunto numa conversa, todos concordam que isso é superstição, uma irracionalidade, que só os idiotas mais limitados, ou as pessoas com muitíssimo pouca instrução, é que podem alguma vez sequer pensar em procurar conselho junto dos videntes e seus primos astrólogos, homeopatas, médicos alternativos – e a lista continua.
Mas então, se as pessoas sabem que essas coisas não funcionam, como é possível que a superstição prospere?

Há uma boa explicação para uma amostra razoável destes casos. Consideremos um jogador de roleta numa maré de azar. Perde, perde e perde... devia ganhar mais vezes... mas volta a perder. A sorte não está com ele. Que fazer nestas situações extraordinárias? Recorrer a soluções extraordinárias! Sair do casino, virar à esquerda, falar com a bruxa, pagar à bruxa, fazer o que a bruxa manda. E depois jogar, ganhar. A bruxa acabou de ganhar um cliente fiel.

Existe uma explicação subtil da razão pela qual procurar conselho junto de fontes alternativas parece resultar em muitos casos como este. O nosso jogador só foi à bruxa quando as coisas lhe começaram a correr muito mal: perdia mais vezes do que na média. Só que, se perdia mais vezes do que na média, então os seus resultados tendiam a melhorar naturalmente, ajustando-se com este importante facto estatístico. Por muitas vezes as coisas melhorarem quando cedemos à superstição, isso não significa que ela resulte, porque normalmente as coisas melhorariam por si próprias.

Gostava de saber mais sobre estes assuntos e ler algumas histórias curiosas de física e de matemática? Então leia o divertido O Mistério do Bilhete de Identidade e Outras Histórias, do matemático português Jorge Buescu.

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